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  1. Oct 2025
    1. ao marginalizarem o papel da experiência, da construção de estratégias e as influências situacionais.

      Os estudos quantitativos muitas vezes ignoram dimensões que fazem toda a diferença nos contextos abordados, neste caso no envelhecimento, como a experiência acumulada, a capacidade de criar estratégias e o contexto em que o trabalho é realizado. Ao diminuir tudo a indicadores de "performance" e só olharmos para números, é mais fácil concluir que os mais velhos "declinam" inevitavelmente. Se incluirmos o fator experiência e contexto, por exemplo, já podemos concluir que envelhecer não quer dizer simplesmente que se perdem capacidades, pode traduzir-se sim, em utilizar recursos diferentes para a sua adaptação.

    2. Em 1946 surge, em Cambridge, o primeiro laboratório dedicado aos problemas do envelhecimento, dirigido por Bartlett. Este laboratório, à semelhança dos trabalhos de Miles, centrava-se no estudo da performance humana com o objectivo de definir quais os tipos de trabalho industrial mais adequados para os trabalhadores menos jovens (Welford, 1976, 1986), ou seja, ambos os laboratórios estavam concentrados em avaliar o potencial dos mais velhos para o trabalho, abordando o tema de forma fundamental, isto é, medindo a performance em diferentes idades em tarefas de laboratório supostamente implicadas nas actividades industriais (Welford, 1976, 1985a).

      Achei curioso, o facto de no ano de 1946 já existir a preocupação de avaliar a "performance" dos trabalhadores mais velhos para definir a sua adequabilidade no trabalho industrial. Contudo, parece-me que a abordagem possa ser restrita, restringindo o envelhecimento a testes de laboratório sem considerar o contexto real ou a experiência acumulada desses trabalhadores. Fica a pergunta, se este tipo de estudo não levou ao reforço de estereótipos, em vez de se valorizar o trabalho das pessoas mais velhas no trabalho.

    3. ao marginalizarem o papel da experiência, da construção de estratégias e as influências situacionais.

      Os estudos quantitativos muitas vezes ignoram dimensões que fazem toda a diferença nos contextos abordados, neste caso no envelhecimento, como a experiência acumulada, a capacidade de criar estratégias e o contexto em que o trabalho é realizado. Ao diminuir tudo a indicadores de "performance" e se só olharmos para números, é mais fácil concluir que os mais velhos "declinam" inevitavelmente. Se incluirmos o fator experiência e contexto, por exemplo, podemos concluir que envelhecer não quer dizer simplesmente que se perdem capacidades, pode traduzir-se sim, em utilizar recursos diferentes para a sua adaptação.