Uma IA generativa é um sistema computacional capaz de criar conteúdos visuais, textuais e sonoros de forma autônoma, baseando-se em um conjunto de dados específicos.

Diante disso, torna-se evidente que programas de formaçãocontinuada precisam ser pensados para que os docentes aprendam a explorar as IAs generativas de maneira pedagógica, mitigando ao máximo os riscos e evitando que seus estudantes continuem a acreditar em qualquer informação disponível ou mesmo que eles percam habilidades importantes.

A primeira subcategoria, “perda de habilidades cognitivas”, revela uma preocupação docente, como no caso da resposta de P5: “Eu acredito que o uso excessivo da IA por parte dos alunos pode vir a comprometer o desenvolvimento e habilidades em seu processo de aprendizagem”. A resposta de P9 já traz um maior detalhamento de quais seriam essas habilidades cognitivas: “[...] o uso de maneira errônea trará consequências negativas. A exploração da IA para utilizar informações na palma da mão pode ocasionar a perda de habilidades de pesquisa, escrita e de raciocínio lógico”. Pelo padrão de respostas fica evidente que o acesso facilitado a informação e o fato de o estudante ter a possibilidade de resolver problemas complexos de maneira rápida com o auxílio da IA faz com que eles pensem que não é mais necessário pesquisar em várias fontes. A fala do docenteP21 éassertiva, trazendo possíveis soluções para minimizar essa perda: [...] sei que os alunos poderão utilizar o ChatGPT para fazer trabalho. Isso certamente comprometerá seu estudo e o aprofundamento no conteúdo. Mas não estou totalmente seguro de que isso seja totalmente ruim. Não foi falado o mesmo na época em que o acesso a Internet começou a se disseminar? Acredito que esse é um caminho sem volta. Creio que teremos de usar mais exposições orais nos trabalhos dos alunos. Assim, os levaremos a se aprofundarem no conteúdo. O trecho do discurso anterior traz várias nuances, pois, ao mesmo tempo em que o docente mostra um receio de que as ferramentas comprometam o aprofundamento do conteúdo, destaca que talvez isso não seja totalmente ruim, mas que precise sim, de algumas mudanças, na forma de avaliar o aluno, como por exemplo através de exposições orais.A fala do docente quanto a não estar seguro de que o aprofundamento no conteúdo pelos alunos que recorrem a IA sejam prejudicados remete a nova relação com o saber que se origina do desenvolvimento da cibercultura, e das tecnologias do ciberespaço, defendida por Lévy(1999, p. 157), [...] o ciberespaço suporta tecnologias intelectuais que amplificam, exteriorizam e modificam numerosas funções cognitivas humanas: memória (bancos de dados, hiperdocumentos, arquivos digitais de todos os tipos), imaginação (simulação), percepção (sensores digitais, telepresença, realidades virtuais), raciocínios (inteligência artificial, modelização de fenômenos complexos)Essas tecnologias intelectuais favorecem: [...] novas formas de acesso à informação, [...] novos estilos de raciocínio e de conhecimento.Neste sentido, o receio de que o aluno perca algumas habilidades cognitivas ao ter contato com ferramentas baseadas em IA possa ser enxergado de outra maneira, de que tais funções cognitivas estejam sendo exteriorizadas e modificadas ao invés de perdidas. Palfrey e Gasser (2011) explicam que essas preocupações dos docentes quanto a maneira como os jovens estão aprendendo têm seu mérito, porém, é preciso desapegar da ideia de que os nativos digitais estão interagindo menos com a informação do que as gerações anteriores. Pelo contrário, ao passo que a tecnologia evoluiu, novas formas de construir conhecimento também surgem.SciELO Preprints - Este documento é um preprint e sua situação atual está disponível em: https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.9628

que na maioria das vezes se refere ao uso do ChatGPT

Utilizou-se uma escala de 0 a 4, que representa, respectivamente, níveis de conhecimento insuficiente, básico, intermediário e avançado em IA. Os dados indicam que os docentes das disciplinas técnicas de informática percebem deter um maior conhecimento em IA, que varia normalmente entre o intermediário e avançado, o que pode ser atribuído a natureza intrinsicamente relacionada aos conceitos e aplicações práticas da IA. Os docentes que ministram disciplinas ligadas a linguagens e suas tecnologias, assim como aqueles das disciplinas técnicas de eletrônica, também indicam possuir um conhecimento considerável, situando-se predominantemente entre os níveis básico e intermediário. Os demais grupos de docentes percebem ter um nível de conhecimento em IA que varia entre insuficiente e básico.

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DESAFIOS E POSSIBILIDADES DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIALGENERATIVA PARA AEDUCAÇÃO BÁSICA: UM ESTUDO COM DOCENTES DO IFTM PARACATU