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- Feb 2021
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Há uma anorexia emocional que as pessoas só pautam as próprias vidas na medida em que olham a vida do outro. O esvaziamento da vida pode se dar pelo uso e abuso da rede social
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Hoje temos muito disso, porque estamos muito distraídos com as pautas morais e ficamos presos aos julgamentos e não à capacidade de pensar, de criticar.
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O desconforto e o contraditório têm que existir em uma sala de aula, e não ir na rede social e ler exatamente o que eu penso e o que eu gosto, porque, além de me identificar com isso, eu acabo por exorcizar o outro. Daí surgem os discursos de ódio que tanto vemos nas redes sociais.
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Assim como a tecnologia invadiu a família, o trabalho invadiu os lares, não sabemos mais os limites e ficamos muito partidos. E quando estamos partidos adoecemos, pois ficamos desconectados de nós mesmos e infelizes. O trabalho tem uma função social na vida do homem importantíssima, deveria ser vivido como uma fonte de prazer e não deve estar misturado na relação com a família.
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Não existem fórmulas, mas quando o sujeito estiver tomado pela angústia, e se essa angústia for maior do que ele suporta, acho que é o momento de reavaliar a vida e pedir ajuda. Quando a angústia interfere na vida da gente, seja no trabalho ou nas relações familiares e amorosas, é a hora de parar. O problema é que quando temos uma subjetividade anestesiada, conforme falamos no início, ela adoece sem perceber.
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Normalmente quando a criança usa excessivamente jogos e celulares é porque a família também tem esse uso. Muitas vezes uma mãe dá o smartphone para a criança porque lhe falta tempo para cuidar. E falta mesmo. Então, acho que a família deve rever a própria postura em relação ao tempo dedicado aos filhos.
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O alerta entra na nossa vida quando não conseguimos mais nos conectar efetivamente com o outro, quando eu não consigo mais estabelecer um momento de estudo para uma criança, quando não consigo estabelecer para o adolescente um momento de conversa, quando não consigo ter com o meu parceiro ou com os meus amigos um momento de diálogo. O celular hoje é uma prótese, não conseguimos mais viver sem, mas temos que saber utilizar.
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A outra coisa que percebemos, especialmente em sala de aula, quando o aluno mexe no celular, é que não ficamos inteiros nas relações. Ficamos divididos quando estamos em uma conversa presencial e pegamos o celular para checar as mensagens do WhatsApp.
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Cada vez mais vamos às mídias sociais em busca de um igual, de uma identidade que venha a nos confortar. E, na maioria das vezes, eu percebo que as mídias sociais vieram anestesiar as pessoas.
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Como fica o limite entre trabalho e lazer, já que as demandas por WhatsApp e e-mail extrapolam o horário comercial?
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O Brasil é um dos campeões mundiais em tempo de permanência na internet: está em terceiro lugar. O internauta brasileiro fica, em média, nove horas e 14 minutos por dia conectado. O número, levantado pela Hootsuite e We Are Social
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