- Apr 2019
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Quando a um sujeito faltam propósitos de vida, condição em que sequer se pode falar em planejamento e perseguição de metas, em que pode consistir mudar a vida?
Em ter propósitos, em planejar metas e em adotar estratégias para alcançá-las.
Primeiramente, a criação, o desenvolvimento e a prática de hábitos cruciais ao despertar dos próprios sonhos, à definição de propósitos, ao planejamento de metas e, por conseguinte, ao estabelecimento e à prática de estratégias dirigidas à sua consecução.
A consecução de metas é uma conquista. Toda conquista propriamente dita é uma luta. Assim, mudar a maneira como vivemos a vida consistiria, então, num empoderamento em favor da luta.
A questão que daí emerge - questão em geral muda e que não quer permanecer calada - é sobre as possíveis categorias de luta.
Se nos atemos àquela que é mais famosa, hoje mais atrativa à academia e ao ringue, ficamos com a luta individual.
Uma segunda categoria é a da luta familiar, aquela em que a família se une como um time. Embora valorizada e frequentemente associada à luta individual, a luta familiar goza de muito menos prestígio.
Porém, ainda que muito menos atrativa - uma vez que extensa e intensamente vilipendiada, bem como de ainda mais difícil prática, há também a luta coletiva, categoria que não abole as outras, antes podendo abarca-las no seu seio, em benefício de todos os seus praticantes.
Uma vez que são os propósitos a definir as inclinações, cabe considerar nos sonhos a sua vinculação a tais categorias.
O que se deseja do viver? Se queremos mudar a maneira como vivemos a vida, em favor de que propósitos é que pretendemos fazê-lo? Os propósitos de vida de alguém seguramente não se confinam a um único ringue. A luta individual, a luta familiar e a luta coletiva são categorias não só praticáveis em conjunto, mas que até mesmo se beneficiam de serem praticadas desde uma visão do conjunto em que, aliás, necessariamente tomam parte.
Livro característico dos discursos de auto-ajuda, O Milagre da Manhã, de Hal Elrod, certamente traz boas doses de um embriagante individualismo. Mas isso não quer dizer que o seu conteúdo não sirva até mesmo ao empoderamento para a luta coletiva. É questão de empreender uma abordagem que, longe de inocente às armadilhas da interpretação, esteja desperta diante de dois precipícios: aquele no fundo do qual ouvimos o canto de serei do individualismo e aquele que nos incita ao mero e tolo repúdio a tudo o que exalte a individualidade, quando de fato é neste que uma primeira e crucial mudança precisa ser operada.
Afirmar, como o faço, que o sujeito precisa, assim como preciso, mudar a maneira como vive a vida não é o mesmo que dizer que o sujeito deve se confinar no estreito do individualismo, mas, isto sim, que uma mudança positiva do sujeito - portanto, com vistas a tornar-se, como se diz, "uma pessoa melhor" - envolve a atenção e o cultivo de três dimensões de nossas vidas: a individualidade, a sociedade , o meio ambiente.
Essa perspectiva holística remete ao teor germinal de toda espiritualidade anterior e não confinável a qualquer religião. A integralidade da semente que em cada qual se compõe - ou pode se (re)compor - quer buscar a luz, a fim de germinar. Seus nutrientes precisam de qualidade na percepção, na afecção e na concepção das relações que tecemos na intensidade e na extensão do indivíduo, do coletivo e de nosso meio. No que concebo como "o melhor", essas dimensões são indissociáveis, sob pena de nos mutilarmos, a cada qual e ao todo.
Todos os dias, cada pessoa - ainda que não o saiba - está diante da oportunidade de começar um milagre pessoal. E também a oportunidade de tomar parte na tecitura de um milagre mais vasto, que nos inclui e nos supera, se estendendo para além de nós, milagre que depende de nós, o Milagre do Amanhã, daquele amanhã que figuremos como futuro desejável para as vidas pessoais e a vida coletiva, para a vida humana e de tudo o mais que vive, para a vida no planeta. Para a Vida, o milagre de afirmá-la, ainda mais quando muito a absorve e mutila e nega em sua beleza, extensão, potência e diversidade.
Quaisquer que sejam os propósitos, quaisquer que sejam as lutas, xs leitores de O Milagre do Amanhã podem se beneficiar, cada qual a seu modo, das lições passíveis de serem depreendidas da leitura. Tanto melhor o fará - eis a minha perspectiva - quanto melhor se equilibrarem entre aqueles limites, cientes de que a leitura é diálogo, quer consigo, quer com outras pessoas, quer com a vida, quer com o mundo que nos atravessa. Deste mundo nos cabe cuidar em pelo menos dois sentidos: cuidar que as forças que o reduzem, com isso nos reduzindo, não venham a prosperar sobre nós de modo a nos tolher a própria potência da vida; cuidar para que se amplie a nossa compreensão do mundo, individual e coletiva do, assim o fazendo pelo bem próprio e pelo bem comum.
Que os ritos propostos como 'life savers' nos sirvam a todxs na amplitude de seu possível alcance, portanto na salvação de vidas.
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- Sep 2017
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that civic hackathons are highly fluid and contested spaces where power is negotiated. However, critical and design perspectives clearly differ on the theorized relationship between civic participation and technology. The imposed civic ideology perspective tells us high technology corporations force an essentially bogus ideology on the event. Participants
encounter a version of civic life warped by the neoliberalist goals
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