- Mar 2021
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Para estigmatizar tal cientista natural como um idealista é tão insensato e inapropriado como é inapropriado (e prejudicial para a revolução) envergonhar publicamente o camponês analfabeto e oprimido que reza para Deus pela chuva por chama-lo de aliado ideológico da ordem burocrática da nobreza aterrada, um ideólogo da reação. Mas um padre – essa é uma questão diferente. E não algum patético padre de vilarejo que compartilha com o camponês suas superstições ingênuas, mas um padre educado que sabe Latim e lê Tomás de Aquino, e talvez até mesmo Kant – um padre do status de Berdiaev – ele é o inimigo profissional do materialismo e revolução, o parasita que se alimenta da ignorância e superstição.
Isso não significa, afinal, que é necessário estigmatizar um povo religioso, tanto que é humanamente inapropriado (e prejudicial para a revolução) envergonhar publicamente um trabalhador oprimido que reza a qualquer deus ou orixá para que seu baixo salário o permita pagar suas contas, nem mesmo que o consideremos um ideólogo da reação. Mas um padre, pai ou mãe de santo, a questão é diferente. E não fala-se aqui de um padre, pastor ou pai de santo de bairros populares que compartilha fielmente das mesmas crenças e superstições ingênuas dos moradores, mas um padre, pai de santo ou pastor educado que compreende a essência dos fenômenos dos acontecimentos e das contradições que se manifestam, estes são inimigos profissionais do materialismo dialético e da revolução, são esses os parasitas que se alimentam da ignorância e da superstição.
Porém, há de se reconhecer que o capitalismo se reproduz de diversas formas, da grande produção à pequena produção, não apenas de mercadorias, mas também de costumes, de superestruturas mínimas e nocivas. Essa pequena reprodução se manifesta diretamente no que expressamos em frases, imagens, ideias e sutilezas que manifestamos ao longo do dia a dia.
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É por isso que Lenin – um Comunista e um Revolucionário – tão violentamente odiava a “futilidade espiritual” de todas as sortes, todos os tipos – desde o doce Cristão até os esforços “doces e falsos” dos “criadores de deus” e “seguidores de deus”.
Lênin, como exemplo máximo de um comunista revolucionário, segundo o filósofo soviético Ilyenkov, odiava qualquer manifestação direta da "futilidade espiritual" de todas as formas. Desde o doce exemplo do Jesus Cristo, do "Jesus socialista" que "repartia o pão", até os esforços "doces e falsos" dos "criadores de deuses" como os saudosistas que se esforçam por assimilar a imagem da rica e diversa cultura brasileira às imagens dos Orixás, dos "pais e mães de santo", das "Iemanjás e as sete ondas", "Ogum e sua batalha diária", ou mesmo da assimilação de tradições indígenas com o fim do "retorno às tradições originais" antes da colonização e castração dos povos originários de seu "real" modo de vida. Todos esses elementos saudosistas têm seu caráter reacionário, pois ignoram a dialética como “consideração pensante dos objetos”, seja de quaisquer que sejam seus objetos. Aqui, religiões historicamente oprimidas por outras religiões que, no passado, eram historicamente oprimidas.
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- Jan 2018
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Sei que, entre os comunistas chineses, existem camaradas que não consideram convenientes as greves dos operários pela melhoria de sua situação material e jurídica e dissuadem os operários de organizá-las (Uma voz: “Isso aconteceu em Cantão e em Shanghai”). É um grave erro, camaradas. É um profundo desprezo do papel e da importância do proletariado da China. Deve ser assinalado nas teses como manifestação indubitavelmente negativa. Seria grande erro os comunistas chineses não aproveitarem a favorável situação atual para ajudar os operários a melhorar a sua situação material e jurídica, ainda que seja por meio de greves. Para que serviria então a revolução na China?
Isso demonstra que Stálin jamais defendeu que o proletariado perdesse seu papel como protagonista da luta insurrecionária.
A questão é que ele colocou como essencial que na China passe por três processos revolucionários, inicialmente o papel de recorrer à burguesia nacional (oprimida pelo imperialismo inglês) como uma reserva do proletariado na luta para a expulsão dos imperialistas do país.
Isso que dizer que a luta continha, sim, caráter ofensivo contra o imperialismo e não contra a burguesia imperialista. A pequena burguesia que estava em disputa.
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Se o proletariado não expuser um programa agrário radical, não conseguirá arrastar os camponeses para a luta revolucionária e perderá a hegemonia do movimento de libertação nacional”
É tarefa do proletariado, da classe operária, estabelecer um programa para os camponeses.
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